20% dos líderes de PMEs do Centro-Oeste assumem sozinhos a execução de tarefas cotidianas de ao menos uma área do negócio, e 56% pretendem expandir seu negócio, aponta pesquisa ‘Cabeça de Dono’
Estudo do Itaú Empresas, realizado pelo Instituto Locomotiva, traça um panorama sobre as necessidades e dificuldades dos empreendedores de todo o país; resultados mostram que os líderes da região relatam sentir os desafios de forma menos intensa que o restante do país
Da assessoria
Assim como a maioria dos líderes das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras, os empresários do Centro-Oeste também têm intenção de expandir seu negócio no próximo ano. É o que apontam 56% dos entrevistados da região na pesquisa “Cabeça de Dono” do Itaú Empresas, realizada pelo Instituto Locomotiva. Esses empreendedores, porém, parecem sentir os desafios de gerir um negócio de forma menos intensa que o restante do país.
Em geral, a maioria possui um perfil multitarefa, participando diretamente não só da gestão, mas também da execução operacional de uma ou mais áreas. No entanto, na região Centro-Oeste, apenas 24% deles assumem sozinhos decisões estratégicas contra 37% da base total de participantes do estudo. Na região Sul, esse indicador chega a 45%, e no Nordeste, a 43%. Além disso, 20% dos empresários locais ouvidos são os únicos responsáveis pela execução das tarefas operacionais e cotidianas de ao menos uma área, enquanto a base geral alcança 33%.
Outro diferencial das PMEs da região é ter mais fontes de renda 55% dos empreendedores locais fizeram essa afirmação na pesquisa, contra 40% do total de entrevistados na visão nacional. Se comparado com o Sul do país, por exemplo, a diferença é ainda maior, já que apenas 30% afirmam o mesmo. Em comum, os líderes do Centro-Oeste também sentem que sua região recebe menos incentivos e apoio para se desenvolver na comparação com outras do país. Esse indicador chega a 78%, acima dos 74% da base total.
A pesquisa inédita, realizada entre julho e agosto, ouviu 1001 homens e mulheres líderes de pequenas e médias empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões, nas cinco regiões do Brasil*. Ela traz um panorama sobre as necessidades e desafios enfrentados pelas PMEs, com o objetivo de jogar luz a um segmento tão importante para a economia. Isso porque as PMEs são responsáveis por 30% do PIB e geram 50% dos empregos ativos**, impactando potencialmente mais de 80 milhões de brasileiros.
“O potencial das PMEs pode gerar um impacto muito grande no Brasil e precisa ser melhor aproveitado. A perspectiva de crescimento poderia ser maior se eles tivessem apoio especializado para gerir de forma assertiva e sustentável. Foi com isso em mente que estruturamos o Itaú Empresas nos últimos anos. Acreditamos neste diferencial: oferecer um olhar de planejamento estratégico e assessoria nos temas mais importantes – atuando como um time estendido de cada empresa – pode atenuar o peso da tomada de decisão e liberar o tempo dos empreendedores para que eles foquem no que é mais importante, criando um círculo virtuoso de prosperidade para o segmento e o país”, explica Antonio Rafael Souza, diretor estratégia para PMEs do Itaú Unibanco.
Desafios para o negócio
Entre os desafios pesquisados, 80% das PMEs da região Centro-Oeste relataram alguma ou muita dificuldade em cenário externo e competitivo, seguido de crescimento e inovação, e gestão financeira, citados por 77%. Quando questionados sobre qual tema consideram ter muita dificuldade, 47% dos empreendedores da região apontam cenário externo e competitivo (frente 48% na média nacional), e 34% tanto em gestão financeira (41% no total Brasil) quanto em crescimento e inovação (38% no nacional).
Impacto nas vidas e rotina – abaixo da média nacional
O estudo “Cabeça de Dono” avaliou também como os pequenos e médios empresários se sentem em relação à rotina de trabalho e como isso afeta suas vidas. Como no restante dos indicadores, os líderes do Centro-Oeste possuem os mesmos desafios, mas sentidos de forma menos intensa: 49% gostariam de ter mais tempo com a família, abaixo dos 62% registrados pelo total de entrevistados do país. Em relação a problemas de saúde diante da rotina de trabalho, 42% dos líderes locais assumem já terem tido algo, contra 52% do total Brasil; e 54% já tiverem que enfrentar alguma situação financeira adversa pessoalmente por causa da empresa, a menor porcentagem entre as regiões.
São também os que se sentem menos cansados (43%) em relação à visão nacional (50%), e estão entre os menos sobrecarregados (39%) e estressados (35%), frente a 46% e 44%, respectivamente, de todos os entrevistados do país.
*Pesquisa qualitativa e quantitativa nacional com uma amostra de 1001 entrevistas com proprietários de empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 50 milhões, realizada entre os dias 4 de julho e 16 de agosto deste ano.
**Dados Sebrae
Sobre o Itaú Unibanco
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Sobre o Instituto Locomotiva
O Instituto Locomotiva trabalha para mostrar que existem pessoas e histórias por trás de cada número. Olhamos a fundo para a população que vive, consome e sonha no Brasil, para que nossos números tenham história e identidade. Com isso, transformamos resultados de pesquisas em conhecimento e estratégia, ampliando as possibilidades de empresas, instituições e organizações, contribuindo para a construção de identidade entre elas e seus públicos e gerando indicadores capazes de fomentar o debate público. Nosso trabalho é sermos porta-vozes da população e um farol para os dados que realmente importam.
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